8 de fevereiro de 2014


Temos boas notícias para dar! 

Abrimos a porta da Casa das Virtudes para um acontecimento que se repete nos dias 22 e 23 de Fevereiro, às 17h (com duração aproximada de 2 horas).

 

No nr.17 da rua Dr. Barbosa de Castro

 

 

Lotação muito limitada!

Aconselhamos reserva: casadasvirtudes@gmail.com ou 91 9192525 

Contribuição: 4 euros

O que vai acontecer:

  

Conversa à volta do corpo e da arte   

guiada por Graça Passos e Sofia Neuparth

A partir de uma selecção de citações de autores como Jacques Rancière propõe-se uma reflexão conjunta.


Trabalho de investigação artística no âmbito do festival Pedras d'água 13 | cem- centro em movimento http://pedras14.wordpress.com/

A questão política é antes de mais a capacidade de quaisquer corpos tomarem em mãos o seu destino. (Jacques Rancière, O espectador emancipado)

  

 

Orifice Paradis (dança)






















''Quando morremos não vamos para o paraíso, morrer é o paraíso''  
ClariceLispector

Escolhi a boca como ponto de partida. Sinto o espaço vazio no interior da boca.
A língua está um pouco elevada, ela toca ligeiramente o palato mole e recusa-se a pousar-se no chão da boca. O ar frio penetra na boca quente.
Quando mordemos, fechamos os olhos?
Fazer o paraíso presente e não algo a devir. Multi-bocas, um corpo que fala por todos os lados, um corpo que come por todos os lados. Homenagem à boca, paraíso que vem a galope.

Interpretação e Coreografia    Ana Rita Teodoro
Produção    Centre NationalDanseContemporaine de Angers ( Master ESSAIS)




Lav Lur (música)














 






Lav Lur, agência de viagens
Dois enviados especiais recuperam as notícias esquecidas, trazem-nas para a sua agência e devolvem-lhes a voz, o corpo e o sentido perdidos.

Ana Madureira e Vahan Kerovpyan




Exposição colectiva de desenhos























André Ferreira













João Sá e Susana Correia




















Maral Kerovpyan

















Ana Madureira



Vahan Kerovpyan


Mestre de cerimónias:  Sara Araújo


 

Sobre os artistas:


Ana Madureira
Actriz e ilustradora. Na sua prática artística procura alargar as possibilidades de vida em cena, convocando o teatro, a música, o clown e a dança. Na folha em branco, desenha inquietações mais e menos conscientes, sem medo do minimalismo.
Tem criado objectos artísticos inspirados no trabalho com diferentes comunidades, em projectos que propõem às pessoas valorizar as suas próprias histórias e desafiar o olhar sobre si e o mundo.
O seu blog: http://www.alminhaldeia.blogspot.pt
 
Ana Rita Teodoro
É coreógrafa e bailarina. Acaba de concluir o mestrado do CNDC de Angers e da Universidade Paris8, onde desenvolveu como pesquisa a criação de uma “Anatomia Delirante”. O Butoh tem sido uma das suas áreas de interesse artístico. Associada ao c.e.m. com a Sofia Neuparth, estudou o corpo através das disciplinas de anatomia, paleontologia e filosofia. Desenvolveu trabalho com diferentes comunidades e de interacção com o espaço público. Criou as peças MelTe (2009), Curva(2010), OrificeParadis (2012), Reved’Intestin (2013) e Assombro(2013).

André Ferreira
Com o pseudónimo “Goran Titol” começou a dar a conhecer as suas composições musicais que, desde 2007, passaram a constituir parte do seu universo interior. Mais descobertas, mais experiências. Animou-se. Conjugou sons e imagens, electronica e passionalmente. Hoje escava com o olhar e com as mãos as histórias de outrora e compõe, com os mesmos utensílios, as estórias que vão brotando do chão quente e seco da paisagem alentejana. É este encanto que serve de cenário inspirador à sua arte literária, pictórica e musical. De pés fincados entre o sonho e o real, está consciente de que essa aparente antítese se desfaz quando o produto final é algo concreto, algures entre o que tem realizado e o que tem pensado.

Graça Passos
Licenciei-me em Biologia, ramo educacional na F.C.L. e aí iniciei o meu trabalho de produção cultural no “Teatro Emarginato”. Em 1988 fui convidada a trabalhar com o grupo de artistas plásticos da galeria Monumental o que me levou à criação da galeria Monumental/Bertrand e, posteriormente, à fundação do C.E.N.T.A., em Vila Velha de Ródão, encerrado em 2009 e que dirigi durante 20 anos. No início dos anos 80 acompanhei a implantação da agricultura biológica no país e, dez anos mais tarde, colaborei na introdução deste modo de produção em Ródão, na herdade da Tapada da Tojeira onde resido. Em Junho de 2011 envolvi-me na acampada Rossio e, a partir daí, dediquei-me a aprofundar questões que relacionam as minhas áreas de interesse- ensino, agricultura, ciência e arte contemporânea. O contacto estreito com o c.e.m ( estrutura de investigação artística), tem-me permitido acompanhar a reflexão actual das questões relacionadas com o corpo.

João Sá
Sempre me interessou a fronteira entre as artes – o espaço despenteado entre elas.
Tenho vivido a agarrar tudo o que é curso e workshop: de escultura a manipulação de objetos; teatro, marionetas, clown, danças...
Para fazer! Fazer sempre muito! Mas sempre ao lado... sempre fora desta ou daquela gaveta.
Ao nivel da expressão plástica, cedo me apaixonei pela pasta de papel: material com cheiro a brinquedo, teatro, circo e feira popular.
Com objectos criados por mim, percorri as principais mostras de artesanato do país.
Com escultura policromática, em pasta de papel, fiz algumas exposições.
(Salpoente, Aveiro, 1995; Espaço LabMed, Porto, 2000; "Beijos e Gaiolas", Galeria Artésis, Vila Nova de Gaia, 2002; Convento Corpus Christi, Vila Nova de Gaia, 2011.)
Fascina-me, também, a ruptura da fronteira entre artista e público.
Tenho criado uma série de exposições, performances e oficinas em que o público mergulha no jogo criativo
(Exposições: "É proibido NÃO mexer nos objectos expostos", Cooperativa Árvore, Porto; “Máquinas Pictorioactivas” e “Padrões Caóticos”, Fundação Serralves. Performances vivenciais: “Mandalas Comestíveis", Rio Ganges (Recife) e Quintal Bioshop; "Eco Arte", Miguel Bombarda 566 e E.S.M.A.E.; "TerrABRAÇO", Teatro Latino e LaMarmita; Jantar Cego, LaMarmita e Casa Betâmia).

Sara Araújo
Recentemente licenciada em Animação e Produção Cultural na Escola Superior Artística do Porto. Estagiou como assistente de produção na 36º edição do FITEI - Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica. Faz parte do grupo Clown Laboratori Porto, que é uma plataforma de formação/exploração da arte do Palhaço. Possui sete anos de experiência como animadora, participando em variadíssimos eventos por todo o país.

Sofia Neuparth
Nasci em Lisboa, em 1962. Sempre amei o movimento! As minhas primeiras tentativas em dança foram com Teresa Rego Chaves e Anna Mascolo, depois de ter sido corrida de uma classe de ginástica rítmica para a qual … obviamente… não tinha nascido.
Fiz a minha formação em dança clássica com o mestre Tony Hulbert, embora não possa esquecer a importância que tiveram Madame Violette Quenolle, Anatoli Gregoriev, Jorge Garcia ou Michel Renaud.
Aos 18 anos comecei a ensinar dança e a estudar filosofia, anatomia e fisiologia Terminei o curso de tradutora intérprete do ISLA e completei a Alliance Française e quando concorri para cargos onde poderia aplicar directamente essas ferramentas percebi que a minha vida seria criar espaços onde pudesse dedicar-me ao estudo do corpo e da relação.
Durante 6 anos fiz estágios em Londres, no “The Place”, e noutras escolas de dança contemporânea, onde tive a oportunidade de desenvolver trabalho com artistas como Robert North, Kazuku Hirabayashi, Lloyd Newton ou Karen Burgin.
Trabalhei voz com Mário Marques e Lúcia Lemos e cantei em bares com a Banda de Zé Carvalho.
Considero muito importante para o meu percurso na arte o encontro no final de 80 com a European Dance Development Center, em Arnhem, na Holanda onde fui para um estágio de meses e acabei dando as aulas da Mary Fulkerson(Mary O’Donnel), então co-directora da escola. 
Além da experiência como professora de grupos de alunos vindos de toda a parte do mundo, tive ainda oportunidade de estudar com Eva Karckzag, Simone Forti, Martha Moore, Peter Hulton, Jim Fulkerson, Sally Silvers, Mary O’Donnel, Bonnie B. Cohen, Aat Hougeé e Lisa Krauss.
Ainda no início de 90 trabalhei como intérprete nas criações de Mary Fulkerson, Amélia Bentes, Peter Michael Dietz, José Laginha e Miguel Abreu e comecei a compor as minhas “situações performativas”. 
Também no início desta década comecei a agregar criadores e teóricos de várias áreas para reflectir sobre a urgência da criação de um espaço elástico para formação, criação e investigação artística. Foram anos de dedicação à construção de novas vias de trabalho de Corpo para começar a construir plataformas que deram origem à criação do que é hoje o c.e.m – centro em movimento uma estrutura conectora que se dedica à formação e investigação artística, à criação e experimentação ao trabalho com as pessoas e lugares partindo do estudo do Corpo em relação.
A necessidade de me manter constantemente activa enquanto cidadã expressa-se nos debates e conferências em que participo defendendo um lugar para o desenvolvimento da Arte enquanto forma essencial de Conhecimento. Co-fundei e fiz parte da direcção da  REDE - Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea, uma supra-estrutura que reúne estruturas profissionais portuguesas.  
Penso que, de uma maneira global, o foco essencial do meu trabalho tem sido a relação. Sempre que utilizo a palavra CORPO refiro-me, de facto, a essa complexa entidade não só biológica, atravessada de sonhos, movimentos, invenções, pensamentos ou relações.
Movimento-me frequentemente naquilo que desconheço. No meu percurso enquanto investigadora é frequente sentir que o chão só se cria à medida que o meu pé caminha. Desde os 19 anos tenho desenvolvido trabalho com indivíduos com casos pessoais especiais (doenças terminais, deficiências mentais profundas, deficiências físicas, grupos estigmatizados..) Reconheço-lhes sempre o eco em mim. 
Oriento e acompanho a formação pessoal e artística de pessoas vindas das mais diversas culturas e estratos sociais… pessoas com graus de desenvolvimento e formas de estar consigo e com o mundo completamente diferentes. Não posso deixar de pensar que essa pluralidade que tem constituído a minha experiência pessoal e profissional.
Escutar, criar e comunicar são e serão a minha vida.
 
Susana Correia 
Nasce num dos últimos dias dos anos 60.
Ao longo dos anos 70, vai perscrutando o que é isso da vida – apresentam-lhe a dança e descobre-a como a forma mais pura de se conectar com ela!
Pelos anos 80, canaliza os seus estudos para a área das artes plásticas, ingressando, nos seus finais, no curso de arquitectura. Mantém-se ligada à dança ao que se junta algum estudo na área da música e um pouco de teatro.
Os anos 90, revelam-se de grandes mudanças: abandona as áreas artísticas focalizando a sua atenção – estudos e profissão – na educação e sua vertente pedagógica. Olhando hoje para trás percebe que a sua necessidade de expressão artística passou a expressar-se através do outro – a criança.
O início deste novo século, uma reviravolta em sua vida se manifesta na busca de um sentido mais amplo para a existência. Procura, hoje, reintegrar o seu percurso artístico e profissional. Ainda timidamente no artesanato tem dado expressão a esta nova fase.
 
Maral Kerovpyan
Nascida em Paris, ilustradora e realizadora de filmes de animação, guia  também ateliers para crianças e adultos. Entre os temas recorrentes do seu trabalho, estão a descoberta do ‘outro’ e a capacidade dos humanos de construir e destruir os muros, visíveis e invisíveis, que os separam. A sua inspiração vem das suas acções pedagógicas, sociais e políticas.
 
Vahan Kerovpyan 
Percussionista, pianista, cantor e recém acordeonista, explora os territórios que ligam música, teatro e movimento. Membro de vários grupos musicais, colabora regularmente com companhias de dança e teatro, em Portugal, França e Polónia.
No seu trabalho, confronta as moralidades e contradições de si mesmo, jogando com as  preocupações, fantasias e curiosidades que o movem.


EXTRA: No sábado dia 22 fev, as Boas Notícias continuam à noite no Gato Vadio:






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